A declaração do Imposto de Renda é uma das principais obrigações fiscais dos profissionais da saúde, mas também pode ser um verdadeiro desafio. Com uma rotina atarefada entre consultas, exames e gestão do consultório, muitos acabam deixando para a última hora e cometem erros que levam à temida malha fina.
Seja por inconsistências nos rendimentos declarados, falta de organização financeira ou desconhecimento das regras específicas para a área da saúde, o fato é que um pequeno deslize pode resultar em multas e dores de cabeça com a Receita Federal.
Neste artigo, vamos esclarecer os principais pontos que médicos, psicólogos, nutricionistas e outros profissionais da área da saúde precisam saber para evitar problemas na declaração do Imposto de Renda. Continue lendo!
- Leia também: Qual o melhor tipo de empresa para nutricionistas?
Quem precisa declarar o Imposto de Renda em 2025?
Todos os anos, milhares de brasileiros precisam prestar contas à Receita Federal, e para os profissionais da saúde, essa obrigação não é diferente. Ainda assim, muitos têm dúvidas sobre quem precisa declarar o Imposto de Renda e quais rendimentos devem informar.
De forma geral, qualquer pessoa que recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 no ano de 2024 deve entregar a declaração. Isso inclui médicos, psicólogos, dentistas, fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais da área da saúde, sejam eles autônomos, contratados por clínicas ou donos do próprio negócio.
Além disso, quem teve rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte superior a R$ 200 mil, como aplicações financeiras e recebimento de indenizações, também deve declarar.
Da mesma forma, aqueles que têm posse de bens ou direitos acima de R$ 800 mil, atualizaram o valor de bens imóveis e pagaram imposto sobre ganho de capital diferenciado em dezembro de 2024, são obrigados a declarar.
Mas e os profissionais que atuam como Pessoa Jurídica (PJ)? Neste caso, a empresa que eles possuem tem suas próprias obrigações fiscais, mas o profissional também pode precisar declarar o IR como pessoa física, especialmente se tiver retiradas de pró-labore, distribuição de lucros ou outras fontes de renda.
Vale lembrar que a tabela do Imposto de Renda foi reajustada, elevando o teto de isenção mensal para R$ 2.259,20. Com o desconto automático de R$ 564, pessoas que tiveram renda mensal de até R$ 2.824,00 estão isentas de pagar o imposto.
Se você tem dúvida sobre a obrigatoriedade da declaração, consulte um contador especializado. Afinal, omitir informações pode levar a problemas com a Receita Federal, como multas e até o risco de cair na malha fina.
Diferenças entre declarar como Pessoa Física ou Jurídica
Ao atuar na área da saúde, uma das principais dúvidas que surgem é: vale mais a pena declarar o Imposto de Renda como Pessoa Física ou abrir um CNPJ e declarar como Pessoa Jurídica? A resposta depende de diversos fatores, como o volume de rendimentos, os custos operacionais e o modelo de atendimento adotado.
Cada formato tem suas vantagens e desafios, e entender essas diferenças pode ajudar a reduzir a carga tributária e evitar problemas com a Receita Federal.
Pessoa Física
Quem atua como autônomo, sem CNPJ, declara seus rendimentos no Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF). Nesse caso, a Receita Federal tributa os ganhos conforme a tabela progressiva. Para 2024, os percentuais variam de 7,5% a 27,5%, dependendo do total de rendimentos anuais.
Além disso, profissionais da saúde podem utilizar o livro-caixa para deduzir despesas operacionais, como aluguel de consultório, equipamentos e secretária. No entanto, há um limite para essas deduções, e nem todas as despesas são aceitas.
Outro ponto de atenção é que, como autônomo, o profissional precisa recolher o Carnê-Leão mensalmente caso receba pagamentos de pessoas físicas. Esse imposto é calculado sobre os ganhos do mês e precisa ser quitado dentro do prazo para evitar multas e juros.
Pessoa Jurídica
Já quem opta por abrir um CNPJ pode escolher diferentes regimes tributários, como o Simples Nacional, o Lucro Presumido ou o Lucro Real.
Cada um deles tem suas particularidades, mas, de forma geral, a tributação tende a ser mais vantajosa para quem tem uma renda mensal mais elevada.
- Simples Nacional: imposto inicial de 6%, aumentando conforme o faturamento.
- Lucro Presumido: alíquota entre 13,33% e 16,33% sobre a receita bruta.
- Lucro Real: indicado para clínicas maiores, pois tributa sobre o lucro líquido.
Qual a melhor opção?
Não há uma resposta única para essa pergunta. Em geral, profissionais que faturam acima de R$ 10 mil mensais encontram maior economia tributária ao abrir um CNPJ e optar pelo regime adequado. Já quem tem rendimentos menores pode continuar declarando como Pessoa Física, desde que mantenha um bom controle dos impostos pagos.
Para escolher a melhor alternativa, o suporte de um contador especializado é essencial.
Principais erros no Imposto de Renda que levam profissionais da saúde à malha fina
Cometer erros no Imposto de Renda e cair na malha fina é uma preocupação real para muitos profissionais da saúde. Quando a Receita Federal identifica inconsistências na declaração, o processamento é interrompido, podendo gerar atrasos na restituição, multas e a necessidade de ajustes.
Para evitar esse problema, é essencial conhecer os principais erros que levam muitos contribuintes da área da saúde a essa situação. Confira os mais comuns:
1. Omissão de rendimentos
Profissionais da área da saúde costumam atuar em diferentes frentes, seja como autônomos, sócios de clínicas ou até prestando serviços para convênios. Nesse cenário, um erro comum é esquecer de declarar todas as fontes de renda.
A questão é que a Receita Federal cruza os dados com as informações fornecidas por clínicas, hospitais e operadoras de planos de saúde. Logo, se você não declarar um pagamento recebido, o sistema identifica a divergência e pode reter sua declaração.
2. Inconsistência nos valores declarados
Além de informar todas as receitas, os valores precisam estar corretos. Um erro comum é declarar montantes diferentes dos registrados nos informes enviados por clínicas e hospitais, o que pode levantar suspeitas.
Outro equívoco frequente é arredondar valores de forma imprecisa.
O ideal é sempre conferir os documentos antes de preencher a declaração, garantindo que os dados estejam exatos.
3. Erros na dedução de despesas médicas
Despesas médicas são dedutíveis, mas apenas aquelas devidamente comprovadas. Muitos profissionais acabam informando valores sem recibos ou notas fiscais, o que pode gerar questionamentos da Receita.
Além disso, despesas com medicamentos, tratamentos estéticos e exames sem prescrição médica não são dedutíveis.
Para evitar problemas, guarde todos os comprovantes e confira quais gastos realmente podem ser abatidos.
4. Informar dependentes de forma irregular
Incluir dependentes na declaração pode ajudar a reduzir o imposto a pagar, mas é preciso seguir as regras. Alguns erros frequentes incluem:
- Declarar dependentes que já constam na declaração de outra pessoa;
- Informar despesas de um dependente sem comprovação;
- Incluir pessoas que não se encaixam nas regras da Receita Federal, como filhos maiores de 21 anos que não são estudantes.
5. Não declarar investimentos e rendimentos de aplicações financeiras
Quem aplica em renda fixa, ações ou fundos imobiliários precisa informar esses valores corretamente. Muitos acabam esquecendo de declarar rendimentos isentos, como o lucro da poupança, ou deixam de recolher impostos devidos em operações de bolsa de valores.
Dependendo do tipo de investimento, o imposto deve ser pago mensalmente via DARF. Ignorar essa obrigação pode resultar em multas e juros.
6. Inconsistências no livro-caixa
Profissionais da saúde que atuam como autônomos podem utilizar o livro-caixa para deduzir despesas operacionais, como aluguel de consultório, materiais e secretariado.
No entanto, erros como lançar despesas não permitidas ou não manter os comprovantes podem levar à malha fina.
Para evitar problemas, mantenha um controle rigoroso de todas as despesas e guarde os comprovantes por pelo menos cinco anos.
Como não cair na malha fina sendo profissional da saúde?
Evitar a malha fina exige atenção ao declarar rendimentos e despesas corretamente. Pequenos erros podem gerar problemas com a Receita Federal, mas algumas medidas simples ajudam a manter tudo em conformidade.
- Declare todos os rendimentos: informar todas as fontes de receita é essencial, pois a Receita cruza dados com pacientes, convênios e empresas.
- Emita e guarde notas fiscais: se tem CNPJ, a emissão de notas é obrigatória. Para autônomos, o Carnê-Leão deve ser preenchido corretamente.
- Cuidado com despesas dedutíveis: apenas gastos profissionais podem ser abatidos, e precisam estar registrados no livro-caixa.
- Confira os valores dos convênios: os planos de saúde informam os pagamentos à Receita, então qualquer divergência pode gerar retenção da declaração.
- Regularize seu CPF: pendências ou inconsistências cadastrais podem bloquear a declaração.
- Conte com um contador: um especialista ajuda a evitar erros e a reduzir impostos legalmente.
Seguindo esses passos, você mantém sua declaração em dia e evita problemas com o Fisco!
Conclusão
Manter a regularidade fiscal é essencial para qualquer profissional da saúde, e evitar a malha fina exige atenção a cada detalhe da declaração do Imposto de Renda.
Desde o correto registro dos rendimentos até a organização das despesas dedutíveis, tudo deve estar alinhado com as exigências da Receita Federal.
Com um bom planejamento e a ajuda de um contador especializado, é possível não apenas evitar erros, mas também otimizar a carga tributária, pagando apenas o necessário dentro da legalidade.
Se precisar de suporte para declarar seu Imposto de Renda de forma segura e eficiente, conte com a Valor Contabilidade.
A Valor Contabilidade, é especialista no segmento da saúde e estética e entende todas as questões que clínicas, consultórios e profissionais autônomos enfrentam, principalmente em relação à gestão financeira e tributária. Entre em contato e tenha acesso a serviços de alta qualidade!